Essa semana saiu uma matéria na revista Forbes falando sobre looks casuais no ambiente de trabalho e todo mundo veio perguntar minha opinião no Instagram. A comoção foi tanta que resolvi fazer uma live sobre o assunto com a Carla Bragança, que foi minha mentorada e hoje atua na área de comportamento profissional.
A verdade é que a pandemia trouxe a possibilidade para muita gente de trabalhar de home office e acabou sendo natural uma informalização do estilo profissional. A volta aos escritórios marcou também uma preocupação com a diversidade, o que estimulou ainda mais esse movimento.
A agência de pesquisa de tendências Stylus trouxe uma análise recente sobre o fenômeno e acrescentou um movimento percebido em empresas como as companhias aéreas (também falei disso lá no Insta, aliás): “Agora, as indústrias onde os funcionários usam uniformes também reconsideram suas políticas e lutam por mais inclusão. A oportunidade para a indústria da moda de vestuário de trabalho nunca foi tão grande”.
Um exemplo marcante é a British Airways, que revelou recentemente seu novo uniforme, com uma opção de macacão para as comissárias de bordo. “Vindo de uma empresa que se orgulha da aparência elegante e polida de sua tripulação, isso confirma uma tendência crescente em vários setores que vê peças e silhuetas mais descontraídas se tornarem a base em vários locais de trabalho. Além disso, muitas companhias aéreas removeram as regras que exigem que as funcionárias usem maquiagem e salto alto”, diz o relatório.
Se por um lado essa informalização do dress code é muito bacana por priorizar o respeito às diferenças e o conforto, por outro pode deixar muita gente sem saber o que vestir. E foi sobre isso que falamos ontem na live. Quando uma empresa fala sobre respeitar a personalidade dos colaboradores, ela espera bom senso. Mas nem sempre ele existe. Além do mais, o que é bom senso para mim não é bom senso para você. E a falta de um dress code deixa todo mundo perdido e pode prejudicar muita gente.
Uma pergunta que a gente pode se fazer é: até onde vai a casualidade? A própria matéria da Forbes fala sobre ambientes descontraídos e criativos de trabalho, mas quando leem o título, as pessoas acham que essa é uma realidade pra todo mundo. Eu, Rachel, tenho certeza que não. Acho muito estranho, por exemplo, falar com o gerente de um banco, que administra meu dinheiro, e vê-lo usando uma bermuda. A área financeira demanda looks mais formais. Isso também vale para um advogado.
E, mesmo que seja o caso de ambientes profissionais mais despojados, vale destacar que em looks casuais não vale tudo. O segredo é pensar que dentro da própria casualidade existem níveis de formalidade. Então, cabe a nós, consultoras de imagem, orientar nossos clientes sobre a diferença de uma camiseta polo e uma camiseta de malha, ou de uma camiseta estampada para uma lisa. Os elementos de design influenciam muito nisso. E se você quiser saber mais, vem fazer meu curso online de Imagem e Comportamento Profissional, que acontece de 01 a 10 de março. As inscrições estão abertas aqui.
Foto de Igor Savelev na Unsplash
