Eu fui pra fazenda no feriado de 07 de setembro. Na sexta, dia 08, estávamos fazendo um churrasco. Todo mundo superfeliz. De repente, de uma hora para outra, em uma escada que eu subo e desço há 55 anos, que eu sei que não tem guarda-corpo… um acidente: eu caí. A altura é de mais ou menos 1,80 metro. Eu acho que minha pressão caiu, porque apaguei, não tentei me proteger e nem vi o tombo acontecer. Caí de lado e fiquei desacordada. Foi um desespero porque eu escutava todo mundo pedindo para eu dar sinais de que estava bem, mas o máximo que consegui fazer foi apertar a mão da minha cunhada. Resultado? Quebrei 11 costelas do lado direito.
Nessa hora, e no susto, meus irmãos e meu marido me carregaram para dentro – e fica um alerta: não façam isso em casa. A pessoa que sofreu uma queda ou acidente deve ficar imóvel até que os médicos do resgate cheguem ao local. Mas graças a Deus eu não tive nenhuma hemorragia. A dor era tanta que eu não conseguia respirar. No dia seguinte, pegamos quatro horas de estrada e fui direto para a emergência de um hospital aqui no Rio. Fiz tomografia da cabeça e das costas. A médica identificou as costelas quebradas e um líquido na pleura – que podia ser sangue e precisava de acompanhamento -, então me internaram.
Eu agradeci a Deus essa terceira chance de viver, afinal, eu já enfrentei o câncer duas vezes. Também fiquei muito pensativa: neste acidente, eu poderia ter ficado paraplégica ou ter morrido. Meu genro e meu marido acharam até que eu tinha morrido. Ficou ainda mais claro pra mim que nossa vida é um sopro. O doido é que eu não fiz nada diferente, mas tudo ficou diferente.
A gente precisa parar e reavaliar tudo, adaptar nosso modo de vida. Agora, na minha recuperação eu vou rever minha agenda. Eu estava cheia de planos de trabalho, viagens compradas, palestras marcadas… mas o importante é viver um dia de cada vez. E meu principal aprendizado é que dou ainda mais valor à vida.
Foto de Christian Kielberg na Unsplash
