Este mês aconteceu em Austin, nos Estados Unidos, o SXSW, um grande evento de inovação e tecnologia. O que todo imaginava era que o assunto predominante seria a Inteligência Artificial. O que surpreendeu a todos foi que os sentimentos – entre eles a felicidade – ganharam destaque na programação e uma das palestras mais comentadas foi a da psicóloga Laurie Santos.
Laurie ficou conhecida quando fundou em 2018, na universidade de Yale, um curso chamado “The Science of Happiness” (A ciência da felicidade, em livre tradução), que se tornou o mais frequentado na universidade e deu vida ao podcast “The Happines Lab”. Laurie já contou em várias entrevistas que a motivação veio do convívio próximo com estudantes de Yale e a percepção de que eles viviam estressados, ansiosos e deprimidos.
Só de conhecer essa história a gente já percebe que ela entende de comportamento humano e que virou uma referência no assunto, né? Agora olhem que incrível: o tema que Laurie escolheu levar para o SXSW foi nada menos que a felicidade no ambiente profissional. Sua palestra, “Cinco maneiras de melhorar o bem-estar no ambiente de trabalho com tendências emergentes da Ciência da Felicidade”, foi encantadora.
Ela contou que vários estudos desde 1990 mostram uma relação direta entre felicidade e produtividade no escritório. O que falta é esta visão por parte de líderes e gestores. “As pessoas não são felizes porque ganham muito dinheiro. Elas são felizes e, portanto, ganham mais dinheiro”, disse.
O bom humor ajuda, por exemplo, a fazermos análises melhores, tomarmos decisões mais assertivas e propormos soluções inovadoras e mais criativas, o que, em última instância, é mais lucrativo para qualquer empresa. Então como chegar a essa tão sonhada felicidade no ambiente de trabalho? Anote aí as 5 dicas de Laurie:
- Identificar e interpretar as emoções negativas que surgem no dia a dia, olhando para dentro de si e se acolhendo. Fingir que está tudo bem ou ignorar uma atitude que chateou não é o caminho.
- Buscar trazer à rotina tempo de qualidade: estar ocupado da hora de acordar à hora de dormir não é sinônimo de ser produtivo. Ela sugere abrir espaço na agenda para atividades prazerosas e evitar notificações na tela do computador.
- Dar valor à autocompaixão. Sacrifício e autocrítica em excesso só fazem mal. A motivação mais profunda bem das emoções bem trabalhadas e da gentileza com nós mesmos.
- Procurar um propósito. Em sua experiência como psicóloga, Laurie conta que as maiores vítimas de burn out são as que têm um trabalho desalinhado com seus valores pessoais. Como exemplo, ela usou uma pesquisa que revelou que profissionais de limpeza em hospitais veem valor em seu trabalho não pela natureza dele, mas pelo que podem agregar de valor à vida dos pacientes.
- Fazer amigos no trabalho ou cultivar boas relações é a dica final da especialista. E eu não poderia ficar mais realizada, afinal, há mais de dez anos falo sobre o assunto e tenho cursos super reconhecidos na área.
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Foto de Brooke Cagle na Unsplash